quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Respostas a dois comentarios

Para ti, J., tenho como resposta o seguinte: eu gostava, corrijo, eu quero que o meu blog seja tudo o que dizes no teu comentário ou seja, "um registo daquilo que atravessa os meus dias, uma ficção, um poema, um ensaio em construção, tudo ao mesmo tempo". Dizes que "escrever pode ser criação, partilha, engodo" e eu digo-te que o que escrevo tem disso tudo um pouco. Resumo dizendo que, como bem sabes, adoro impossibilidades e dessa forma o teu comentário surge como um desafio a que não quero virar as costas.

Para o/a anónimo/a que pede a identificação do pintor a quem presto a minha homenagem respondo o seguinte: era meu propósito não identificar o pintor e continua a sê-lo, no entanto, isso não me impede de dar uma resposta à pergunta, mesmo que esta seja a negação ao pedido feito, pois, como já o afirmei, a minha primeira vontade era não identificar o pintor no meu blog e essa é a vontade que continua a prevalecer. Entenda-se isto como uma forma idiossincrática de prestar homenagem ao pintor. Para terminar a minha resposta, direi que quem anda minimamente atento ao que se vai passando no mundo (e nem só de televisão vive o homem, mas também da palavra impressa), sabe a quem estou a prestar homenagem.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

a vontade nao e tudo

Ontem tive vontade de escrever alguma coisa para este meu blog, mas Morfeu foi mais forte do que eu. Desta forma dirigi-me ao meu leito, cortei os fios que me prendiam os olhos à testa e adormeci.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

somos todos um so

Nós outros todos éramos um só e tudo fica entendido quando a conjugação dos verbos se baralha. Mas afinal o que é comunicar. Nós não sei mas continuamos a tentar entender. Parece-me, a nós, que existe apenas por aquilo que não é e, assim sendo, podemos dizer que existe pela negação de si própria. É no mínimo estranho, ter que esperar as palavras chegarem à cabeça para se projectarem como um todo fragmentado nas suas partes, principalmente quando esse todo é nada. Pergunto-me porque escrevemos e descobrimos que a razão é a batalha interna entre nós todos que somos um só. Sim, porque eu sou vários e cada um de nós é vários ao mesmo tempo, independentemente de isso não fazer sentido nenhum.
Escrevemos porque escrevo e porque queremos que tudo fique confuso.

blog-livro-diario

Um blog, dizia eu há pouco à Gabriela, é como uma planta. Devemos regá-la, para que ela vá crescendo. No caso do blog, temos que alimentá-lo com letras, com imagens como o blog do Manel (malbino.blogspot.com) ou com ambas as coisas.
Recuando um pouco mais no tempo até parar no final desta tarde, encontro-me a proferir a uma amiga que um blog é uma versão contemporânea de livro. Ela discorda das minhas palavras e contra argumenta que para ela é mais um diário. Vejo-me obrigado a rever em parte a minha afirmação e a ter que concordar com ela. Na verdade, já existem blogs que chegaram ao suporte livro. Mas o que é um livro? Será só aquele pedaço de matéria celulósica onde são impressos caracteres e imagens? Ou serão objectos, que para além do que atrás se nomeou, têm também um conteúdo que nos toca no íntimo? Não sei se qualquer coisa impressa pode ser considerada um livro. Não sei se as “páginas amarelas” podem ser consideradas um livro.
E um diário, o que é um diário? Supostamente é algo íntimo e que, segundo a minha amiga, aparentemente não é para ser visto por mais ninguém para além da própria pessoa que o escreve. A palavra aparentemente, aparece porque, diz ela, no seu âmago o dono do diário quer torná-lo público.
Penso que em parte é verdade, mas o facto de o diário apenas ser mostrado a quem o seu dono decidir, torna-o diferente de um blog.
Só sei que um blog não precisa de ser um livro e nem sequer um diário, mas pode ser qualquer uma delas, ambas ou nenhuma.
Um diário é também o local onde se relata os acontecimentos do dia a dia, como eu estou neste momento a fazer… o melhor é parar, pois parece-me que estou a transformar este blog num diário…
No entanto fica a questão. O que é um blog?
Bom, um pedaço de matéria celulósica é que não é.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

O pintor morreu...

... e com ele o escritor e o pensador!

Abertura

Um blog significa, para mim, o local onde tenho a liberdade de expor o que escrevo, sem a preocupação de arranjar fundamentação para o que “digo”.

Um dia, em plena explosão dos blogs, um amigo perguntou-me se já tinha o meu blog. Eu respondi que não e perguntei-lhe, intrigado, porque é que havia de ter. Ele elucidou-me que um blog era a minha cara. Na verdade, o que ele deixou foi outra pergunta no meu pensamento. Um blog é a minha cara?
Há poucos dias, em jeito de pergunta/afirmação, disseram-me que eu gostava de escrever.
– Você gosta de escrever, não é?
Não pude negar, apenas constatar um facto que se encontra disfarçado dentro de mim. Existe efectivamente esse gosto por escrever, mas permanece também a consciência de que o não faço bem.
– Hoje em dia é raro encontrar alguém que o goste de fazer.
Discutível esta segunda afirmação que a mesma pessoa fez, mas no entanto funcionou como alavanca para que decidisse finalmente ter o meu próprio blog.
É claro e penso que, tal como acontece com uma grande percentagem dos blogs que ocorrem no ciberespaço, o meu blog irá ter vida curta, tal como muitos outros que aparecem cheios de força, vontade, energia, mas que acabam por esmorecer com o tempo. Estou consciente disso, mas porque não criá-lo? Afinal tudo tem um princípio e um fim, e a única coisa que não tem um fim é aquela que não tem um início, por outras palavras, para se ter um fim tem que se ter existido.
Existe outra realidade que eu gostaria de ver praticada: a discussão. Gostava que existissem comentários ao que escrevo e discussão, se necessária. Talvez esteja a pedir demais, mas fica feito o pedido.
Falta somente fazer um aviso. Este blog não tem assunto, que é como quem diz, não tem temática.
Avancemos.