quarta-feira, julho 11, 2007

alimárias

Fui apanhar o metro.
O metro chega.

Ao entrar, deparo-me com uns novos primitivos com o seu aspecto
rasta, tribal característico, produto de modas contemporâneas. Estes, usurpavam a maior parte do espaço público da entrada. Tive, para entrar, que esticar as pernas e avançar sobre as diversas coisas espalhadas pelo chão; mochilas, sacos, ipods e os próprios primitivos. Tudo isto se encontrava espalhado de uma forma ostensiva e não porque não houvesse espaço.

Um pensamento de imediato me ocorreu: "é fixe, ser um gajo muito cool, um espírito livre, principalmente quando não se respeita a liberdade do semelhante, quando se tem dinheiro para correr o mundo, ter as mochilas cheias de etiquetas dos vários aeroportos por onde se passou, pertencer a uma tribo num país quase desenvolvido e não passar fome em África.

A partir desse momento, e inquinado que estava pelos meus pensamentos, a conversa deles metia-me nojo. Pensar que pessoas destas pregam ideais contrários às suas acções, desrespeitar os outros em nome da sua própria (pseudo)liberdade. Fazem-me lembrar déspotas e os seus conceitos de respeito pelos seus semelhantes. Só porque vinham do aeroporto é que não traziam os cães com que costumam fazer-se acompanhar para mostrar, talvez, alguma humanidade que não têm. No fundo eram e não passavam de umas alimárias.

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