sábado, agosto 07, 2010

após o concerto dos Mão Morta

Hoje (ontem) fui ver os Mão Morta à Serra do Pilar.

Continuo a gostar de Mão Morta como da primeira vez que os vi e ouvi, no longínquo Novembro de 1985. Tinha ouvido distraidamente falar deles e do seu primeiro concerto dado no Orfeão da Foz. Amigos diziam-me então terem visto os Mão Morta e gostado, mas, tal como escrevi, não prestei atenção.

Quando vinha do concerto passei por uma jovem que cheirava a cosméticos ou perfume ou… nem sei, mas uma coisa eu penso saber.

Desde muito jovem sempre detestei o cheiro de perfume e porquê?

Criado numa família de estatuto económico médio baixo, sempre me habituei (ou não) a ver família, amigos e conhecidos, todos aperaltados aos Domingos.

Ah, como odiava os Domingos. Para mim não havia razão para vestir uma roupa tinhosa que não podia sujar. A verdade é que não demorava muito a fazê-lo (a sujar a roupa!).

E camisas? Ah, como odeio camisas. São frágeis e fáceis de rasgar, de estragar, de encorrilhar, eu sei lá que mais. Na verdade não tive que usá-las muitas vezes, creio que não rendia e talvez fosse num ou noutro casamento que mas obrigaram a usar. Não deve ter chegado a uma mão cheia de vezes, mas uma que fosse já é muito.

Adorava t-shirts e calças de ganga. Tudo prático e resistente. Podia jogar a bola e cair ao chão, andar de carrinho de rolamentos, trepar árvores, rebolar no jardim ou na areia da praia (não muito longe), enfim, ser uma criança saudável e depois adolescente.

Ah, mas Domingos é que eu não suportava. Os aperaltanços e cheiros tenebrosos a perfumes de pior ou melhor qualidade, mas sempre colocados de uma forma exagerada, é que eu não suportava. Lembro-me, ainda estudante, evitar uma amiga para não ter que a beijar, tal era a quantidade de base que ela punha na cara e de perfume no corpo (?). Quando não conseguia evitá-la, ficava enjoado o resto do dia e sempre a fungar como se me estivessem a entrar animais pelo nariz.

Adoro a simplicidade!










Sem comentários: