segunda-feira, março 13, 2006

a casa das Artes

Estávamos a conversar sobre a estupidez que é ter uma Casa das Artes que praticamente não existe. Falávamos de tudo o que foi a Casa das Artes e de tudo que se perdeu. E porque não funciona a Casa das Artes como outrora funcionou?
Digo eu: o facto de estarmos distantes do centro de decisão política, faz com que as coisas não operem.
J. disse-me: o que fariam as pessoas se a IURD estivesse a comprar a Casa das Artes?
Então vamos fazer de conta que isto é verdade e questionemo-nos novamente sobre o que podemos fazer pela Casa das Artes.

Vejamos de outra forma.
Quando a IURD quis comprar o Coliseu do Porto, as gentes da cidade levantaram-se e defenderam o Coliseu. É claro que por trás desta movimentação geral estava um pequeno grupo com aparentes preocupações culturais e que se aproveitou de algum descontentamento generalizado relativamente à IURD, para combater a compra do Coliseu. A Casa das Artes está a morrer, no entanto ninguém se importa. Porém, se a IURD tentasse comprar a Casa das Artes, muita gente indignar-se-ia e erguer-se-ia para evitar a compra. Leva-me a concluir, numa primeira reflexão, que a defesa da Casa das Artes passa por uma questão de segregação e não por uma questão cultural. E, recordem-me se eu não estiver a dizer a verdade, reportando-nos ao tempo pré tentativa de compra do Coliseu pela IURD, este mesmo local estava moribundo.
Concluindo: é tudo uma questão territorial, as pessoas estão-se danando para a cultura, o que interessa é que não fiquem com aquilo que é nosso.
Ou então: mais vale um pássaro morto na mão, do que dois bem vivos a voar.

Sem comentários: