domingo, dezembro 02, 2007
pasmo
Eu fico pasmado, pois antes da G. me deixar eu realizava-lhe esses desejos e ela nunca esteve grávida nem precisava, para que eu lhe satisfizesse esses pequenos caprichos. Custava-me tanto a mim como custaria a ela, levantar-se e ir pegar o que queria, mas sempre pensei que satisfazer-lhe essas vontades era uma prova de amor e afecto. Nunca esperei que ela fizesse o mesmo por mim. Acredito que se eu estivesse à espera de igual tratamento em troca do que eu lhe dava, não seria uma prova de amor mas sim uma troca de favores.
sexta-feira, novembro 30, 2007
felicidade
Enquanto degustava o meu gelado com um comprazimento infantil, levantei os olhos e notei que a minha amiga me observava com um sorriso de felicidade no rosto, um sorriso que era não só demonstrado pela sua boca, mas por todo o seu rosto com particular efusão dos seus olhos. Era um verdadeiro sorriso de felicidade, um daqueles sorrisos contagiosos que nos deixam também a nós quentinhos por dentro, tamanha é a felicidade irradiada.
Isto é a felicidade! Não esperar nada e de repente ver num sorriso um sentimento ao qual não conseguimos escapar. Vale a pena estarmos vivos e atentos para chocarmos, sem contar, com o sentimento de felicidade.
Ando quase sempre acompanhado da máquina fotográfica e tenho pena de não ter captado aquele sorriso, mas por outro lado prefiro mantê-lo na memória de onde dificilmente se desvanecerá e onde, com o tempo, será cada vez mais enriquecido.
quinta-feira, novembro 15, 2007
sem muito para dizer
terça-feira, setembro 25, 2007
TIC
Dois assuntos: as aulas de TIC para os 7º e 8º anos, em detrimento do 10º ano; a prevista escolaridade obrigatória até ao 12º para 2009.
O vulgar cidadão não se apercebe como é promiscua esta troca pois, para ser breve na explicação e deixar quem me lê a pensar, a realidade é que acabou a disciplina de TIC no 10º ano e não foi criada nos 7º e 8º anos. A disciplina foi na verdade encapsulada numa disciplina já existente a que se chama Área de Projecto (AP). Com esta mudança, os nossos governantes matam dois coelhos com uma cajadada só. Parecem preocupados com a qualidade do ensino, que cada vez mais desprezam, e retiram lugares aos professores de TIC. Isto acontece porque qualquer professor pode dar AP, visto não ser necessário uma especialização qualquer por parte dos professores para a leccionar. A promiscuidade começa logo a surgir aqui, quando a senhora ministra (ou deverei dizer sinistra?), resolve encapsular as TIC na AP. É que para além do que atrás foi escrito, ao não ser exigido aos professores saberem informática (e muitos não sabem nada) , estes, como é óbvio, não darão TIC na AP. Mas parece-me que ninguém está preocupado com isto.
A escolaridade obrigatória até ao 12º, trará muitas maleitas. A que é mais falada no seio dos profissionais da educação é que: se os alunos já são indisciplinados e faltam demasiado às aulas, vai ser ainda mais difícil controlar alunos quase na idade adulta ou mesmo já adultos. Alguns professores já temem esse dia. A maleita que a mim me parece ser pior é o perigo de se colocarem crianças junto com novos adultos. Não tardará com certeza daqui a alguns anos e após a entrada em vigor da escolaridade obrigatória para 18 anos, aparecerem pais a queixarem-se que determinado aluno ou alunos, maltrataram as suas filhas.
segunda-feira, setembro 10, 2007
sentimento
quinta-feira, julho 26, 2007
duas musas
sábado, julho 21, 2007
o estado da nação
Penitencio-me, por, embora não totalmente alheio, não dar a importância devida à política portuguesa, mesmo sendo apelidado pelos amigos de anarco-sindicalista. Aconteceu ontem o debate do estado da nação e entre tudo o que foi dito e que pode facilmente ser visto, lido ou ouvido em qualquer meio de comunicação social, uma das questões que me preocupou, foi, não o que se disse, não o que ficou por se dizer, mas um certo “estou-me a borrifar”. Esta atitude, pode ser presenciada no parlamento e protagonizada pelos senhores que são pagos pelos meus suados impostos. Enquanto decorria o debate, pode-se presenciar gente a conversar, gente ao telemóvel, gente que pura e simplesmente abandonou o recinto que, entenda-se, é o seu local de trabalho. Que competência, tem esta gente para governar?
Sou eu, entre muitos outros portugueses, que pago o salário a estes senhores e gostaria de através deste singelo blog, propor a alteração das regalias destes maus funcionários públicos (afinal sempre existem) e o despedimento por justa causa de alguns deles. Para além disto, proponho também a redução do número de deputados para metade, visto que, mesmo sem dados concretos, acreditar ser essa a percentagem de presenças médias, mas, mesmo que não seja este o valor, sempre se reduz o número de incompetentes, acreditando que existem alguns que sempre vão trabalhando. Com esta redução no número de deputados, estaríamos a poupar imenso dinheiro aos cofres do estado. Também estaríamos deste modo, a reduzir o número de futuras reformas chorudas, o que, uma vez mais, se iria manifestar na melhoria das contas públicas.
Com os exemplos dados por estes senhores que se ausentam, sem pejo nenhum, do seu local de trabalho, como poderão os portugueses ser mais produtivos? Os exemplos que os portugueses têm e que vêm entrar-lhes pela casa dentro através dos seus aparelhos receptores de TV, entre outros meios de comunicação social, são magníficos para se desculparem da sua própria apatia na melhoria deste país. Quando os deputados de uma assembleia da república se estão borrifando para o estado da nação, como querem que os portugueses se manifestem? Eu sei. Não é através da grande taxa de abstenção em actos eleitorais, mas sim através da presença maciça nesses actos, altura em que nos é dada a oportunidade de expressar o nosso sentir, e através do voto em branco, manifestando assim a indignação para com aqueles que não merecem cada centavo do seu ordenado.
Questiono-me: o que aconteceria se eu me ausentasse sem razão aparente do meu local de trabalho?
quarta-feira, julho 11, 2007
alimárias
O metro chega.
Ao entrar, deparo-me com uns novos primitivos com o seu aspecto rasta, tribal característico, produto de modas contemporâneas. Estes, usurpavam a maior parte do espaço público da entrada. Tive, para entrar, que esticar as pernas e avançar sobre as diversas coisas espalhadas pelo chão; mochilas, sacos, ipods e os próprios primitivos. Tudo isto se encontrava espalhado de uma forma ostensiva e não porque não houvesse espaço.
Um pensamento de imediato me ocorreu: "é fixe, ser um gajo muito cool, um espírito livre, principalmente quando não se respeita a liberdade do semelhante, quando se tem dinheiro para correr o mundo, ter as mochilas cheias de etiquetas dos vários aeroportos por onde se passou, pertencer a uma tribo num país quase desenvolvido e não passar fome em África.
A partir desse momento, e inquinado que estava pelos meus pensamentos, a conversa deles metia-me nojo. Pensar que pessoas destas pregam ideais contrários às suas acções, desrespeitar os outros em nome da sua própria (pseudo)liberdade. Fazem-me lembrar déspotas e os seus conceitos de respeito pelos seus semelhantes. Só porque vinham do aeroporto é que não traziam os cães com que costumam fazer-se acompanhar para mostrar, talvez, alguma humanidade que não têm. No fundo eram e não passavam de umas alimárias.
terça-feira, junho 19, 2007
com um pouco mais de tempo
Este foi suficiente para passar duas boas noites na companhia de amigos.
Na primeira entre muito riso, J. afirmou que estávamos a dar-lhe cabo da reputação de pessoa mal-humorada.
Na segunda, esqueci-me de levar a preciosa máquina fotográfica para a qual estive a carregar as baterias. Em consequência de tal esquecimento, não tive oportunidade de registar um dos momentos altos da noite, no entanto o P. M. registou. Podem ver no seu blog esse, pouco vulgar (penso eu) e curioso, momento.
terça-feira, maio 29, 2007
sem tempo para nada
quinta-feira, maio 17, 2007
sopinha de letras
segunda-feira, maio 07, 2007
eu estive lá!
O primeiro, foi o concerto dos Ready-Made In China e o segundo o evento - The Esemplasm - collective improvisational freakout open to all apresentado por Len Massey.
Pessoalmente preferi o segundo, talvez por culpa da minha costela 77.
Ready-Made In China
The Esemplasm
domingo, maio 06, 2007
terça-feira, maio 01, 2007
o que eu escrevi II
"Sempre pensei que Novembro fosse um mês grande!
Ele, sentado, ouvia música e o gato namorava-o enquanto ia dormindo sobre o braço dele. De repente, o gato desperta e olha para a planta que repousa sobre o vaso. Algo tinha acontecido! Talvez a planta que mexe se tivesse mexido.
Ele olhou para o gato, olhou para a planta e disse:
- Vai lá falar com ela. E o gato foi."
"O gato e a planta, como de costume, falavam de coisas sérias. Questionavam-se se a pintura teria acabado ou não. Um dizia que sim, que se não há inovação não há pintura e o pintar por pintar não é pintura. Dizia que a pintura tende a satisfazer um desejo pessoal, o desejo de se opor à sociedade, de se sentir único. Mas isto não é inovador, desde que se destruiu o passado, não existe inovação (futuro?).
O outro, por seu lado, acredita que a pintura está temporariamente adormecida e que a inovação não é a razão de ser da pintura. Quanto ao desejo do artista se opor à sociedade, aparece, não através da crítica ou da oposição, mas sim da indiferença ou seja, alienando-se da sociedade. Para este, a divisão do tempo em passado, presente e futuro, deixou de existir, hoje só existe o presente que assimilou já o passado e o futuro.
Eu não sei se deva acreditar no Galileu, mas que a terra é redonda, ai lá isso é."
segunda-feira, abril 30, 2007
o que eu escrevi
"Aprendo mais ao reconhecer a minha ignorância do que..."
"Que somos nós neste mundo?
Nada mais do que pedaços de carne
atirada aos cães!"
"É tão bom estar-se vivo!
De manhã levantamo-nos e vestimo-nos,
à noite despimo-nos e deitamo-nos,
nascemos estúpidos e morremos estúpidos."
"Cortei os fios que me prendiam os olhos à testa e adormeci."
quarta-feira, abril 25, 2007
segunda-feira, abril 09, 2007
humano, demasiado humano
Neste momento, estou a passar pelo cessar de uma relação conjugal e digo estou a passar porque embora a relação já tenha terminado, vemo-nos obrigados a partilhar o mesmo apartamento. A partilha do espaço é pacífica mas alguns dos meus amigos dizem-me que não aguentavam estar na situação em que me encontro, pois já teriam explodido ou seja tomado atitudes espontâneas. Eu, estou consciente dos resultados menos bons de atitudes espontâneas e assim, tomo consciência dos factos e reajo intencionalmente refreando os actos espontâneos. A própria G. diz que eu sou muito ponderado. Eu, diria que sou humano, demasiado humano.
promoção pessoal
Bom, estas palavras fazem-me sentir como uma espécie de 1º prémio do euromilhões. Sendo assim faço uma pergunta de retórica: G, se te saísse o euromilhões deitarias o dinheiro ao lixo?
quinta-feira, março 22, 2007
e se a vida tivesse genérico
Mas todos os dias existem dificuldades concedidas por alguém, só não existem genéricos onde se possam fazer os devidos agradecimentos... mas existem blogs :-).
Aproveito então para agradecer a todos os meus amigos e família pelas facilidades concedidas no meu dia a dia. Agradeço também pelas dificuldades concedidas, a quem mas tem facultado no meu dia a dia. A ambas as partes o meu obrigado, aos primeiros porque vos prezo, aos segundos porque o que não mata fortalece.
segunda-feira, março 19, 2007
escrita automática
Tenho que aproveitar todos os momentos para trabalhar e como tal, não raras vezes, vou para a cama com o portátil (nos dias que correm deveria dizer, - á falta de melhor ;-) ). Hoje, ao recomeçar o trabalho que estava a realizar ontem em vale de lençóis, deparei-me com esta frase que me deixou perplexo:
"4.1 – Como elemento diferente à FBAUP, o wiki pode trazer mais valias, pois aproximam-se nuvens."
De novo rogo para que não me peçam explicações pois eu não as tenho para dar a não ser que a frase não faz sentido nenhum, mas isso é óbvio. Talvez acrescente que a capacidade humana para criar em situações limite, como é a de alguém a cair de sono, é extraordinária, imprevisível e surpreendente.
terça-feira, março 13, 2007
"salad days"
Na verdade, penso que esse é o desejo mais íntimo de qualquer um, o ócio e o deleite. Ter espaço para pensar no que se pode fazer com tanto tempo e não fazer nada. Ficar ali... apenas a existir.
quinta-feira, março 01, 2007
educar para o futuro
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
o toque de Midas
Vi-a no metro. Não há palavras para a descrever. Talvez só dizer que era uma mulher jovem que aparentava ser muito mais velha por estar severamente estigmatizada pela vida. Tinha a cara visivelmente marcada por alguns “mimos” menos amistosos e esforçava-se em vão por não adormecer. O que é certo é que sempre que fechava os olhos e adormecia, transpirava paz e mesmo alguma beleza que se escondia por detrás do rosto ferido. Ninguém se aproximava dela, não só pelo aspecto das suas vestes demasiado sujas e do casaco com que se cobria, protegendo-se desse modo do frio, mas sobretudo pelo cheiro que era intenso, próprio de quem não toma um bom banho e não veste roupa lavada há alguns meses.
O sentimento que nutri por esta pessoa é aquele que nutro sempre que vejo alguém realmente infeliz. É o desejo de ter o dom do toque de Midas. Não para transformar em ouro tudo aquilo em que tocasse, mas sim para tornar felizes todos aqueles que fossem por mim tocados.quinta-feira, janeiro 18, 2007
segunda-feira, janeiro 15, 2007
relações efémeras
Nos dias de hoje, - diz ele - as pessoas partem de ânimo leve para uma relação a dois, já com a ideia de que a qualquer momento podem sair da relação como se sai a meio de um filme do qual não se está a gostar.
Pensamento interessante este e que, mais uma vez, caracteriza a sociedade contemporânea, onde quase tudo é efémero.
sábado, janeiro 13, 2007
conceito de liberdade (parte II)
Este pensamento de liberdade, aparece como oposição aquilo em que se tornou o trabalho e quando digo trabalho, falo de meio de subsistência. Acredito que o trabalho se transformou numa nova forma de escravatura. Esta escravatura é notória através do medo que os indivíduos, pertencentes ao proletariado, têm de perder o seu meio de subsistência.
Este medo, leva a que os indivíduos, trabalhem para além do horário normal de trabalho, sem no entanto serem remunerados por tal. O facto de muitas destas pessoas não possuírem um contrato efectivo de trabalho, provoca um medo ainda maior que, caindo no exagero, diria roçar o pânico.
Acredito que o isolamento a que a sociedade se tem entregue e a descrença nas entidades de defesa de colectivos, refiro-me não só a partidos políticos, mas também a sindicatos e associações de defesa de colectivos, ajuda o colectivo patronal, a começar pelo Estado, a aumentar a pressão sobre os empregados. Acredito mesmo que o Estado, com medidas como por exemplo, os recibos verdes, acaba por ser um, senão o, principal promotor das injustiças laborais hoje existentes. De referir ainda, que a descrença nas associações de defesa de colectivos, advém sobretudo da inércia por estas demonstrada.
Gosto de pensar pela minha cabeça, de analisar o que me rodeia e chegar às minhas conclusões, mesmo que partam de ideias empíricas, formuladas a partir do meu senso comum. É com algum orgulho que revejo, à posterior, as minhas ideias coincidirem com teorias fundamentadas. Neste caso, ouvi o ex-reitor da Universidade de Lisboa, José Barata Moura, dizer qualquer coisa como - Em termos sociais, recuamos para o século XIX, ao período anterior aos grandes movimentos e revoluções sociais.
Se pensarmos bem, são sinais deste tempo, onde os revivalismos são uma constante, revivalismos que, no meu entender, não passam de buscas de uma sociedade desesperada, pelo El Dourado do bem-estar que nunca existiu. O que sempre existiu e me parece esquecido, foi a revolta e capacidade de lutar contra as injustiças sociais e o mal-estar comum.
Mas isto são dinâmicas que não se querem, pois a sociedade contemporânea, alimentada por falsas promessas de lazeres cada vez mais distantes, atrofiou na sua capacidade de reacção e entorpeceu-se, caindo numa inércia profunda onde o simples acto de respirar se tornou um sacrifício, não só pela preguiça, mas também por atrofiamento muscular.
conceito de liberdade
terça-feira, janeiro 02, 2007
telemóvel ou telepraga
Significa que pertenço ao grupo dos que nunca chegam atrasados aos encontros... ou estão a chegar ou vão a caminho.