domingo, setembro 28, 2008

hoje fui ao teatro com I…

Hoje fui ao teatro com I… antes de entrar e ainda na rua, por causa da lei do tabaco, fomos abordados por um auto-intitulado guna.

Dizia ele que tinha chapéu porque era guna. Não duvidamos e começamos mesmo a suspeitar que o indivíduo, ligeiramente embriagado, poderia explodir a qualquer momento para uma situação por nós indesejada. Mas não!

Ele, entre as confissões da sua frustração numa situação passada com um casal de amigos do coração, recém-casados, pedia insistentemente para passarmos, depois do espectáculo, pelo café onde ele estava com os amigos, a meia dúzia de metros ao lado do teatro. Dizia que desejava ir ao teatro, mas queria saber se a peça valia a pena. I perguntava-lhe porque não ia ver a peça e ele dizia que queria saber se a peça era fixe. Dissemos-lhe que como ainda não tínhamos visto, ainda não lhe podíamos dizer nada. Ele pediu para lhe dizermos no fim, mas também dizia que já tinha perguntado a outras pessoas e todas lhe disseram que a peça não prestava.

Quando a peça acabou, saímos e vimos o Cândido, lembro-me agora de ele ter dito o seu nome, com os amigos. Pareceu-me ainda mais embriagado que anteriormente. Decidimos que o melhor era não ir ter com ele e seguimos o nosso caminho no sentido contrário.

Bom Cândido, “mentiram-te”. A peça era muito boa.

A peça é “Persona”, de Ingmar Bergman apresentada por “as boas raparigas…”, no “Estúdio 0” (mais informações em http://estudio0.blogspot.com/).
Aconselho a ver. Está em cena até ao próximo dia 2 de Novembro.

Gostei da representação das actrizes e das soluções de encenação. Achei que uma ou outra passagem de som, não estava lá muito bem conseguida, mas nada que comprometesse a peça. As luzes, não sendo o melhor da encenação, tinham momentos muito bons. A cena final e a confissão da enfermeira, foram para mim os momentos mais marcantes, cheios de força e muito bem representados.

Já os momentos menos conseguidos, foram as cenas iniciais, onde as personagens ficavam imóveis, o que me pareceu demasiado artificial, sobretudo a enfermeira pois a outra personagem era a enferma que se encontrava na cama. Ainda bem que tal situação só aconteceu uma ou duas vezes.

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