domingo, setembro 14, 2008

salad days III

Olho para os raios de sol que entram por entre as frestas da janela e sou levado para os meus dias felizes da infância.

Ficava esquecido, a observar no tempo pequenas partículas de pó. Elas subiam pelos raios de sol até atingirem a sombra. Agarrava-me, então, a uma nova partícula de pó e repetia a viagem.

Oh! Que felicidade quando me libertavam da sesta um minuto mais cedo para ir brincar.

E a bola, que não era de trapos, mas era de plástico. Tão leve, tão leve, que quando chutada com força, fazia trajectórias alucinantes e diminuía de velocidade de uma forma desesperadamente abrupta. Não duravam muito tempo, essas bolas, e sempre que alguém conseguia arranjar algumas moedas, íamos felizes ao “bazar dos três vinténs” ou à “casa dos plásticos”.

Adorava trepar muros e andar pelos telhados. Naquela altura julgava ser uma brincadeira normal, estes ares de acrobata, mas hoje penso serem privilégios de uma infância, por muitos, desejada.

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