segunda-feira, setembro 29, 2008

temporariamente perdido

Sou um feixe de luz branca que atravessa o negro universo, sempre em linha recta. Neste momento bati num prisma e fui dividido nas várias cores do arco-íris. É difícil pensar assim, quando nos sentimos dispersos, inebriados com a beleza da sinfonia de cores, mesmo que estas não sejam a nossa cor. É difícil pensar assim, quando nos sentimos fragmentados no pensamento, quando este se divide em razão, emoção e sei lá quantas mais parcelas são.

Necessito tornar-me uno de novo e esse, é o caminho que estou agora a percorrer. Necessito orientar as cores e uni-las de novo em branco para continuar a travessia do belo e negro universo. Na verdade não sei se sou a luz, o universo ou ambos, mas as cores sei que não sou.

As cores são o comprazimento infantil, são o engano que nos turva a mente. Envolvem-nos na felicidade que nos impede de virar as costas e sair da caverna. Não nos deixa ver em pleno a luz, mas apenas as suas refracções.

As cores são Sísifo em pleno labor. Não nos levam a lugar nenhum. Não nos deixam seguir uma única direcção. Dão-nos várias opções que nos encantam. Perdemos toda a determinação e ficamos perdidos num mar de hipóteses sem escolha, que nos podem levar à loucura.

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